quinta-feira, 15 de julho de 2010

O Planeta Terra está salvo.


Numa montanha verdejante muito muito longe. Existia uma cabana, com delicada decoração e muito bem cuidada. Feita de madeira, de fora parecia existir apenas um cómodo. Mas lá morava uma família. Uma linda menina de cabelos loiros com um lindo macacãozinho feito a mão sai sorrindente da cabana. Um lindo casal sai da cabana também. A mulher era baixa com cabelos indo até os ombros e sua barriga crescia uma outra criança. Ela era acariciada pelo homem. Ele era alto, ombros largos, cabelos loiros, e cabelos loiros. Aquele casal era Aline e Diogo, e a menina que dava estrelinhas na grama verde era Abigail. Tudo isso era muito claro e perfeito. Mas era apenas um sonho. E Aline abre os olhos assustada.

Ela tinha ouvido algo. Ela olha em volta. Estava de volta a nave. Tinha acordado para o pesadelo. Aline olha para o lado Diogo estava deitado ao seu lado. Ela respira fundo. Nem tudo era tão mal assim. Até que ela ouve de novo. Mais um grito. Um grito de quem? Aline se levanta e veste suas roupas rapidamente. Diogo abre os olhos e fala:
- O que ouve?
- Alguém está gritando.
De novo o grito. Dessa vez ela reconhece a voz. Era de Paulo. Aline sai do quarto e vê Paulo chorando em desespero olhando para o quarto de Magali. Aline apavorada corre até Paulo. Algo tinha acontecido com Abigail. O meu Deus, algo tinha acontecido com Abigail. Chegando lá, Aline respira fundo e olha para o que estava desesperando tanto Paulo. O branco da sala tinha desaparecido, no lugar o vermelho reinava, o vermelho do sangue. Sangue de quem? Em meio ao quarto totalmente cheio de sangue ela vê Magali. Aline cai em lágrimas, mas percebe que o ser que antes era sua amiga Magali, ainda respirava. E esticava sua mão, chamando Aline. Ela chorando e berrando de medo Aline se aproxima.
- Magali... não... magali!!!
Magali tinha apenas seus grandes olhos azuis claros sem sangue, seu rosto e o resto de seu corpo estavam totalmente vermelhos. Ela com esforço falava alguma coisa. Aline abaixa até a amiga sem nojo, e segurando sua mão que estava fechada em algo ouve o que ela com dificuldade falava.
- Abiga...abigail não é.... ela não é....
Aline sabia o que sua amiga estava tentando falar. E tinha que aceitar. As lágrimas de dor decia mais doida.
- Humana.... Ela disse que.... que.... que as gravações estão dentro do seu pai...
- Dentro do meu pai? - Pergunta Aline em lágrimas.
- Sim...
- Mas meu pai morreu Aline. Do que está falando?
Já era tarde Magali tinha morrido e deixado cair de suas mãos o controle de apenas um botão. Aline em lágrimas olha para trás todas as pessoas olhando para ela. Mas de todas as pessoas ela só via uma. Cidinha a olhando com olhar de acusação.
- Você colocou ela aqui dentro! Você nos matou Aline! Você conseguiu o que queria! - Dizia ela em lágrimas. Em quanto a mãe tentava acalma-la. - Destruiu a felicidades de quem conseguiu ter alguma aqui.
Aline chorava em meio a sala vermelho. Mas não tinha tempo de chorar. Ela tinha que levantar e enfrentar seus problemas. Dentro de seu pai? O corpo de seu pai continuava na nave. Não tinham como se livrar dos corpos, ou enterrar. Então Luciano colocou em um dos dois grandes refrigeradores que tinham na nave. Aline apressada corre até a cozinha, e abre o refrigerador. Ela era seguida por Luciano, Diogo e Sabrina.
- O que você vai fazer Aline? - Pergunta Luciano.
Aline sem responder abre o refrigerador. A fumaça fria vai em seu rosto e atravessa a cozinha. Numa mesa de metal o corpo de seu pai mantinha-se congelado até chegarem a terra e ser enterrado decentemente. Aline se aproxima do corpo. Por um segundo veio a sua mente o pai bondoso e compreensivo que tinha conhecido. Que a defendia das esquisitices de sua mãe e que lutava para se comparar a sua tia. Mas ao olhar direito ao rosto percebeu que tinha algo de estranho naquele rosto. Algo a mais. Sua testa estava maior que o normal. Aline respira fundo corre até a cozinha atravessando Luciano e Diogo que a olhavam com agonia. Ela abre a gaveta e pega uma faca.
- Pare Aline. Não fassa isso. - Fala Luciano autoritário.
Diogo se aproxima e fala:
- Você quer que eu fassa isso para você?
Aline olha para Diogo tremendo de frio.
- Eu tenho que fazer isso Diogo. É meu pai.
Aline pega a faca e com cuidado enfia a faca na testa de seu pai. E abre até o nariz. Ela larga a faca na mesa e com as duas mãos, abre a cabeça por inteiro. E embrulhado numa sacola plástica, tinha um fita de video. Diogo e Luciano olham assustado para a cena macabra. Aline pega a fita e ia começando a correr de novo, quando Luciano a segura pelo braço.
- Aline. Você pode parar por um segundo. Você percebe que foi sua filha fez aquilo!
Aline estava assustada e com olhos cheios de lágrimas. Mas nem uma lágrima iria mais cair. Aline com rapidez agarra a arma no bolso de Luciano e se afasta antes dizendo e começando a correr:
- Então vou precisar disso.
Luciano corre atrás dela pelo corredor. Mas antes que ele pudesse falar qualquer coisa ela já tinha entrado na sala de televisão e passado pelo buraco no teto.


Aline sai do buraco na sala escura e sombria. Tinha esquecido a lanterna. Não precisava dela. Daria conta. Tinha que dar conta. Com o controle remoto em uma mão e a pistola na outra ela caminha apalpando as paredes. Cada passo era medido e andava arrastando os pés. Qualquer obstáculo pelo caminho poderia ser fatal. Aline sai da sala e entra pelo corredor. Tudo escuro e sombria, um tipo de poeira existia no lugar. Aline tremia e tentava recuperar o ar que estava faltando em seu pulmão graças ao seu medo. Em sua mente, decorado, ela lembrava que logo chegaria a hora de virar a direita. Um barulho ao longe. Aline com a voz mais tremida do que queria grita alto:
- Abigail? Querida?
O barulho começa a chegar mais perto. E mais perto. Aline deixa o medo de cair para trás e acelera os passos. Apenas o barulho do que quer que seja chegando mais perto e sua respiração ofegante. Aline começa a correr e de repente bate contra a parede. Fazendo ela cair no chão. Ela ainda no chão olha para o lado e percebe em meio a escuridão o brilho do vidro da televisão. E corre e entra na sala de vídeo e fecha a porta. Aline fecha os olhos e respira fundo. Tinha que continuar. Não podia parar por medo. Ela abre os olhos. Tentava enxergar alguma coisa na sala. Ela caminha reto onde achava ter visto o brilho da televisão. Bate a mão em algo. Era um vidro. Ela apalpa mais e percebe ser a televisão. Ela apalpa a televisão até achar o botão de ligar. Quando liga vê a imagem do quarto de Magali em sangue puro. Mas em meio ao sangue, no reflexo do vidro vê com terror, atrás de si, a imagem de ninguém menos que Abigail.

Aline se vira ofegante para a linda garotinha que agora despertava o maior medo que Aline já sentiu. Aqueles olhos grandes azuis. Aquele sorriso fino e meigo, não representava a mesma coisa. Não era mais um sorriso normal. Ela não estava com medo ou feliz por ver sua mãe. Estava feliz porque agora Aline estava em suas mãos.
Aline com a voz tremula fala:
- Você fez aquilo a Magali?
- Sim mamãe. - Diz a menina sem tirar o sorriso no rosto.
Aline iluminada apenas pela luz da sala avermelhada se desespera num choro sentido.
- Porque? Porque fez isso a minha amiga? Como fez isso?
- Eu não sou humana mamãe.
- Eu não sou sua mãe!!!! - Grita Aline desesperada e fora de si.
- Está bem. Desculpe. - Diz a menina fechando o sorriso e olhando firme para Aline. - Foi você que pediu.
- Eu pedi para minha filha Abigail me chamar de filha. Não você.
- Eu sou Abigail. A menina que você achou aqui mesmo, neste lugar. Não me confunda com um roupa velha como seu pai. Eu sou nasci assim humana. Fui criada assim.
- Quem são vocês? O que querem? - Fala Aline cada vez mais inojada.
- O que vocês querem? - Refaz a pergunta a menina mostrando ter muita inteligencia e falando não com a linguagem infantil de antes.
- Eu quero voltar para o meu planeta. Eu quero minha vida de volta.
- É o que queremos também. Queremos nossas vidas de volta. Veja quem somos.
Aline apavorada segue o olhar da menina que ia em suas mãos, na fita de vídeo. Aline sem pensar duas vezes coloca a fita de vídeo no vídeo cassete. E aperta o botão do play. Demora muito para a cena aparecer definida. Aline já vai para apertar o botão quando a mãozinha da menina segura o controle.
- Não precisa agora.
Aline olha para a televisão. E o rosto de um homem aparece. Ele estava de jaleco e usava óculos. De fundo apenas um quarto branco. Ele olhava firme para a camera e fala:

- Bom dia. Eu sou o professor Randal Sureal. Esse será meu diário virtual para relatar minhas pesquisas sobre a adaptação dos seres humanos nos espaço. Descobrimos que com o DNA alterado para acordamos as células que não estam funcionando poderemos ter mais chances de sobreviver em gravidade zero e até mesmo sem ar.

A fita se apaga. E logo aparece o cientistas de novo. Um pouco mais velho, e com uma aparecia bem mais abalada ele parecia estar apavorado.
- Os experimentos deram totalmente errado. Libertamos doenças que nunca poderiam ser acordada. Os seres humanos estão tendo mutações. O que nos resta fazer e liberar os poucos pacientes que deram certo para poderem fazer pesquisas no espaço.

A fita se apaga novamente. E dessa vez aparece um outro homem. Esse homem não parecia ser humano. Seus olhos eram mais abertos. Sua face mais larga, e sua pele parecia muito mais sensível do que o normal. Mas ele estranhamente familiar.
Ele começa a falar mas está na língua dos Etes. Aline olha para Abigail que com um sorriso acena com a cabeça para ela apertar o botão. Ao apertar o homem fala:
- Sete de abril de dois mil e treze.
Aline olha apavorada para Abigail.
- Mas isso está errado Abigail. Estamos em dois mil e dose.
- Não está errado Aline. Olhe.
O homem fala:
- Diario de bordo. Eu sou o professor Luciano Sulivam.
Aline larga o controle no chão apavorada.
- Meu Deus Abigai! O que é isso?
Era mesmo Luciano. Só que com os olhos maiores e sua face mais larga e a pele bem mais branca. Ele continua a falar.
- Estamos no espaço um ano. Estamos fazendo pesquisas sobre Universos Paralelos. Já descobrimos dois universos com planetas idênticos a terra. Podera haver vida lá.

O vídeo para. Aline apavorada vira-se para Abigail.
- Esse era Luciano. Não era Abigail. Me diga.
Não dá tempo dela explicar. O vídeo volta com Luciano mais abalado e falando.
-Diario de bordo. Doze de Agosto de dois mil e treze. Fizemos contato com o planeta que eu dizia ser parecido com o planeta terra. Ele não só parece, como é. Só que é um planeta cem anos no passado. Todos nem sabem que ira ter doenças incuráveis. Descobrimos a maquina do tempo. Temos que fazer algo para parar tudo isso. Eles não podem mexer no DNA humano.

O vídeo para novamente. E reaparece:
- Estamos muito diferentes deles. Mas vamos voltar a parecer com eles. Para isso deveremos sacrificar algumas vidas. Para o bem do planeta. Se não der certo nesse planeta. Ainda tem vários outros universos e tentativas de fazer o mundo ficar melhor.


O vídeo para. Dessa vez não ia ter mais. Aline virasse para Abigail. Mais calma. Tentava digerir tudo que tinha ouvido. A menina olhava para ela seria.
- Vocês não conseguiram dar jeito na humanidade. Não é?
- Não conseguimos. Mas ainda deu tempo de salvar o planeta terra. Ele ainda está lá. Ainda pode ter vida.
- Vocês exterminaram o que estava acabando com o planeta.
- Infelizmente somos o mal do planeta Terra Aline. Somos a praga que o destroi.
Aline olha para a televisão. Paulo no chão ainda chorava por Magali.
- O que vai acontecer agora? Vamos morrer todos? De fome? Era o melhor que poderíamos fazer.
- Não Aline. Deixamos vocês vivos. Deixamos você. Refaça o planeta terra. Vivendo apenas da natureza. Não deixe o mundo voltar a ser como antes. Não deixe cientistas nascerem. Eles são os mau da humanidade. O resto dos vídeos estão na sala ao lado dessa. Lá está ensinando como vão poder voltar para o planeta Terra. E reconstruir os seres humanos.
Abigail sai na escuridão. Aline grita por ela.
- Aonde você vai.
- Eu não sou humana Aline. Meu tempo de vida é menor do que os outros. E acho que seus amigos não vão querer me ver depois do que fiz com a cientista.
Ela desaparece na escuridão. Deixando Aline sozinha. Tudo tinha sido para proteger aquele lindo planeta azul. Aquele lindo planeta azul que graças a eles estavam se tornando num deserto. E agora ela poderia poder voltar e acabar com resto daquele planeta. Ela tinha certeza que se os seres humanos sobreviverem eles iriam destruir o resto do planeta. Ela em lágrimas aperta o botão do video para a fita sair. Ela pega fita. E com brutalidade a taca no chão. Em lágrimas Aline pisoteia a fita. Ela pega a arma e atira contra a televisão. E com a arma empurra o video ao chão e o destroça.

Não iriam voltar para Terra. Não iria deixar a praga continuar a existir. O Planeta Terra iria ser salvo. Aline desce do buraco e com lágrima nos olhos veêm todos a esperando na sala da televisão. Ela fala triste:
- Não tinha nada no video. Abigail apareceu e destruiu tudo. O video, a televisão. Não tem mais como sair daqui. Não tem como voltarmos para o planeta Terra.
Cidinha aparece em meio a multidão e chorando abraça a prima.
- Nos entendemos prima. Nos entendemos.
Diogo abraça a Aline. E todos saem do quarto de televisão. Paulo tranca o quarto da televisão para sempre. Aline nem tinha percebido que todas as televisões do quarto da televisão estava sintonizado num só canal. Filmando uma sala escura com uma televisão, um vídeo estragados.


segunda-feira, 12 de julho de 2010

Fim da esperança

Dormir do lado de sua filha. Sentir a respiração de um ser que confia em você mais que tudo. Saber que ela está ali do seu lado. E que ninguém pelo menos naquele momento pode estragar aquele momento. Saber que estam protegidos pelo silencio da noite, pelo escuro, e pelo sono. E adormercer com aquele sentimento. Com aquele corpinho fragil do seu lado. Que quer apenas sua proteção. Era esse o sentimento que Aline teve. E ao acordar, e ver aqueles lindos olhos grandes e com um belo sorriso no rosto era o paraiso. Aline sorri para sua filhinha.
- Você demorou para acordar! - Diz Abigail sorrindo para a nova mãe.
- Me desculpe. Demorei pegar no sono. - Diz Aline sorrindo.
- Vamos. - Diz Abigail pulando da cama ao chão.- Estou com fome.
- Meu Deus. - Diz Magali acordando na outra cama. - Essa menina já acordou?
- Vamos mamãe! - Aquilo era o bastante para conseguir levantar.
Aline se levanta. E Magali sorrindo fala:
- Como uma filha muda uma pessoa. Antes era um ano pra fazer essa mulher levantar da cama.
Abigail agitada abre a porta e dá de cara com Diogo.
- Bom dia meu amor.
A menina pula nos braços do pai adotivo. Diogo vai até Aline com um grande sorriso e beijando-a fala:
- Está tudo arrumado. Consegui um quarto só pra gente, com o Lu.
Aline beijando ele se vira para a Magali.
- Vou deixar a Magali sozinha. - Diz ela triste.
- Não se preocupe. Vou gostar de ter um quarto só pra mim. Vou traser o trabalho para casa. - Magali se levanta da cama e fala finalmente. - Mas acho que a pequena Abigail vai querer dormir aqui comigo essa noite. Não vai querida?
  Abagail faz um beicinho de tristesa perguntando:
- Porque?
- Porque a mamãe e o papai precisam de uma noite sozinhos. - Magali olha com malicia com os dois. Aline respira fundo sem nem olhar para Diogo que apertava sua mão forte. Ela nunca tinha estado com um homem antes. Na verdade ela quase nunca tinha namorado. E seus pensamentos no namoro nunca tinha passado de beijos e amaços. Mesmo o primeiro namoro seu foi com doze anos e outro com quatorze. Mas agora ela era verdadeiramente uma esposa e tinha que cumprir com suas obrigações. Mesmo não sendo obrigação nenhuma dormir com aquele homem  loiro dos olhos azuis. Mas dava muito medo.
- Em querida. Vai passar a noite aqui, só nos duas. Prometo que vamos fazer um monte de brincadeiras legais. - Diz Magali sorrindo para a menina. Abigail desmancha seu bico num sorriso demonstrando para o desespero de Aline que tinha aceitado a oferta.
- Viu? - Diz Magali sorrindo. - Hoje a noite e de vocês.
Diogo abraça Aline e a beija na bochecha. Ela sente que saber que a noite era só deles agradava muito mais a Diogo do que a ela. Mas o papo é abalado pela porta se abrindo. Era Paulo que ao ver os dois se abraçando fica claramente abalado. Mas fala olhando para baixo.
- O Lu quer falar com todo mundo na cantina.
Aline segura na mão da filha e caminha até a cantina seguindo Paulo pelo corredor. Diogo e Magali vão atrás preocupados. Sem duvida era algo a ver com a comida.
Ao chegar a cantina, as outras pessoas já estavam lá. Luciano estava em cima da mesa como sempre e para o pavor de todos a outra mesa que a certo tempo estava cheia de comida agora a comida só ia até a quinta parte da mesa.
- É isso mesmo que estão vendo minha gente. - Diz Luciano serio. - Essa é a comida que sobrou. Isso não dá para uma semana. Comemos como comiamos antes. Jantamos, almoçamos e lanchamos. Mas não tem como fazermos isso mais. Faremos apartir de agora uma refeição por dia. E a comida será regreda. Tinhamos muita comida, mas não para quinze pessoas.
Um pingo de lagrima cai da face de Aline. Estava chegando o fim. A qualquer momento.
O dia se passou como se alguém tivesse acabado de ser enterrado. E na verdade era sim. O nome dessa pessoa era esperança.







Mas não para Magali. Magali não comeu naquele dia. Passou o dia a vasculhar o segundo andar inteiro em busca das fitas. Mas chegou em lagrimas no quarto enquanto Aline arrumava a sua cama.
- Eu não encontro! Não há fitas! Não há esperança Aline! - Aline abraça Magali. Não havia mesmo esperança. Mas Aline tinha que aproveitar seus ultimos dias de alegria. Ela limpa as lagrimas e sorri.
- Então vamos aproveitar o pouco tempo que temos.
Aline sai do quarto de Magali e segue o corredor em direção ao quarto que Diogo tinha lhe falado de manha. Ela abre a porta. A cama era duas camas de solteiro juntas. A luz tinha sido enfraquecida pelo lençol contra a lampada. E Diogo estava sentado na cama, com seu belo sorriso a esperando.
Diogo se levanta vai até ela, segura sua mão, fecha a porta e a leva até a cama. Aline olha no olho dele. Ele era perfeito, seu coração batia forte. Aline poderia ser feliz do lado dele. Os poucos dias que lhe restava. Ela podia ser feliz agora. E não esperando um homem que não era seu.
Ela o beija sem falar nada. Lagrimas caem de seus olhos. Não queria morrer. Não queria que essa felicidade acabasse. Não queria.

No quarto de Magali, ela limpa as lagrimas e arruma a cama na qual Abigail iria dormir. Enquanto arrumava a cama. Magali pensava em como falhou. Falhou com cada pessoa que estava naquela nave. As lagrimas teimavam em cair. Quando a menina entra no quarto.
Magali limpando as lagrimas fala sorrindo:
- Nossa Abigail. Você me assustou.

- Eu sei porque você está chorando. - Diz Abigail com uma voz seria. Seria de mais pra uma criança. Magali estranha.
- Porque estou chorando Abigail? - Diz Magali se levantando da cama com medo.
- Eu sei aonde está os videos! - Fala Abigail se aproximando de Magali, Magali recua com medo.
- Aonde estão os videos Abigail? Como você sabe disso?
Abigail solta um sorriso maligno.
- Eu não sou quem vocês pensam que eu sou.
- Quem você é?

sábado, 10 de julho de 2010

Uma família para Aline

Ver seu rostinho lindo novamente. Sua face de pureza e fragilidade. Aline do lado da cama de Abigail sorria. Ela era uma criança. Uma garotinha que com muita coragem e ignorância conseguiu sobreviver dois meses, sem seu pai e sua mãe. Mas agora Abigail tinha Aline, e Aline tinha Abigail. Luciano abre a porta do quarto de Aline e Abigail. Ela se vira e ao ve-lo vira-se novamente para sua tarefa de acariciar os lindos cabelos loiros de Abigail até que ela acorde da anestesia. Ela estava muito nervosa, e Luciano tinha que resolver isso.
- Aline eu queria apenas explicar...
- Explicar o que? - Diz Aline  de costas para Luciano já deixando lágrimas caírem de seu rosto. - Como arrancou a Abigail dos meus braços sem nem se quer perguntar o que eu achava. Ou porque deixou de falar comigo depois que achou a Cidinha?
Luciano se aproxima indo para falar algo. Só que para ao perceber que ela limpava as lagrimas.
- Você precisa entender Aline. Está difícil para mim. Meu filho pode nascer a qualquer momento. A cada dia a comida está só diminuindo. É muita pressão.
- Luciano. Eu não estou pedindo favor nenhum. - Diz ela se virando finalmente para Luciano sem vergonha das lágrimas que caiam do seu rosto. - Eu só não quero que você peça para eu aceitar que somos uma linda família feliz. Você e a Cidinha são uma linda família. E você me deixou. Não venha fingir que se importa comigo.
Luciano olha firme para os olhos de Aline. Porque tanto ódio? Ele sabia porque.
- Porque me chama de Luciano? E não de Lu, como todo mundo?
Aline desmancha sua feição de raiva e cai num choro sentido, numa tristeza.
- Porque vai ser sempre o meu Luciano, que eu encontrei aqui nesse mesmo quarto. Não é o Lu que a Cidinha encontrou num Carnaval.
Mas alguém abre a porta. Era Diogo que sorrindo abre a porta dizendo:
- E ai como ela está?
Aline sorri para Diogo. Ele não tinha percebido nada que estava rolando naquele quarto.
- Só está dormindo. - Diz Aline segurando a mão de Diogo e o levando até a cama. Os dois alisam os cabelos loiros de Abigail. - A Magali falou que era bom que quando ela acordasse ela visse o pai e a mãe aqui.- Aline olha para Luciano paralisado vendo a cena. E virasse para Diogo e o beija. Ela o beija com força, uma força que Diogo pensava que era amor. Mas não. Era odio. Odio com vontade de mudar. Mudar o que seu coração queria.
Luciano sem graça sorri e fala sorrindo:
- Acho que isso então não me inclui. - E sai pela porta. Aline com tristeza vê ele sair. E virasse para Diogo que esboça um grande sorriso no rosto.
- Eu juro Aline. Teremos nossa família perfeita aqui. E nada vai te faltar.
Aline o abraça e o beija mais uma vez. Esse beijo não era de ódio. Era de esperança. Uma esperança amarga. De repente algo na cama se move. Era Abigail acordando.
- Aline? - Pergunta Abigal com a voz fraca. - Diogo?
Aline e Diogo sorriem para Abigail.
- Porque não nos chama agora de mãe e pai Abigail? - Pergunta Aline limpando as lágrimas, agora que caiam de alegria.
- Porque?
- Porque seremos seus pais de agora em diante. - Fala Diogo sorrindo.
- Isso enquanto seus pais de verdade estão fora.- Corrige Aline num tom serio.
- Tá bom então. Mãe e pai.
Os três se abraçam. Finalmente Aline tinha conseguido sua família. Seu sonho tinha se realizado. Ou quase.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Abigail é humana.

Sentada em sua cama, olhando para a parede branca, Aline apenas esperava. Seus olhos e sua garganta ainda doiam pelo desabafo que tinha feito. Tinha acabado de falar tudo que tinha guardado em seu peito, tudo de ruim de mal. No inicio em meio aos soluços, já dentro de seu quarto Aline se sentiu muito bem. Parecia que o peso todo em suas costas tinha ido embora. Mas pouco a pouco um outro peso chegava em seu coração. Era o arrependimento. Como Aline pode ser tão egoista? Sua prima estava tão feliz. Em meio a tanta agunia e tristesa ela tinha conseguido refazer sua vida. E Aline só porque não conseguiu achou-se no direito de destruir tudo. Ninguém precisava falar isso para Aline ela já sabia. E sabia muito bem que estava louca de se afetuar tanto em tão pouco tempo a uma criança ou uma criatura que tinha acabado de conhecer. Todos apenas queriam protege-la e preteger a si mesmos. E Aline apenas queria ... uma família. E agora? Como iria encarar todos na nave. O pior de tudo é que não podia fugir. Iria ter que encarar eles uma hora ou outra. E esse momento tinha chegado. Alguém bate a porta. Diogo abre a porta. Seus olhos claros já pareciam dizer por si só: - Me desculpe.
- Posso entrar?
Aline limpando as lagrimas fala:
- Claro.
Diogo se aproxima e senta na cama.
- Sei o tanto que aquela menina iria ser importante para você. Porque dá mesma forma era para mim. - Ele segura na mão de Aline.- Eu tinha uma irmanzinha quando me trouxeram para cá. Era muito parecida com a Abigail. Era só eu e ela. E ela brincava falando que eu era seu pai. E dizia que precisava apenas de uma mãe agora... - As lagrimas deceram dos olhos de Diogo. Você ia dar a mãe perfeita que ela tinha descrito. Mas ela não teve tempo de te ver.
Diogo levanta seus olhos azuis. Ela sabia o que ele queria dizer. Sabia que ele poderia ser o seu futuro. Mas porque tanto medo? Por que essa paralisia? Aline tinha que falar algo? Mas falar oque?
- Me desculpe. - Diz ela chorando e abaixando a cabeça. - Eu não queria ter feito aquela cena lá fora. Todos devem estar me odiando.
Diogo levanta o rosto de Aline e olhando dentro do olho dela e fala:
- Todos entendem porque todos querem refazer suas vidas como você. Eu quero refazer minha vida. E quero refazer com você. - Ele segura o queixo de Aline. Agora não tinha como fugir. Diogo aproxima seus labios dela. Porque Aline queria sair dali? Por que não podia se entregar para Diogo? De repente mas alguém abre a porta. Aline se livra da mão de Diogo e vira-se para ver quem é. Magali entra pela porta e fica surpresa ao ver a cena.
- Desculpa gente. Eu só tenho que pegar umas coisinhas...
- Como está a Abigail? - Pergunta Aline esperansoza.
- Ou Aline. Eu estava na sala de video. - Diz Magali triste.
- E descobriu algo novo? - Pergunta Diogo envergonhado.
- Não. Não adianta nada os aparelhos de videos sem  as fitas ou gravações. Não encontro.- E abrindo um sorriso fala: - Mas o segundo andar é grande. Só estou esperando o Lu sair da sala de sururgia para porder me ajudar...- Ela fica muda. Não era uma boa hora de falar sobre isso.
- O que vam fazer com ela Magali? - Pergunta aguniada Aline.
- Eu não sei Aline. Se ela for mesmo um extraterrestre. Temos que fazer algo antes que ela vire um daqueles monstros...
De repente de novo a porta se abre e Luciano totalmente branco.
- Gente. O Lu saiu da sala. Ele quer falar com vocês três.
Aline segue acompanhada de Diogo e Magali até a porta da sala de cirurgia onde Lu também branco engolia a seco a noticia que tinha que dar. Aline deixa uma lagrima cair de medo.
- O que foi Luciano? - Pergunta Aline com a mão ao peito.
- Abigail é humana. - Diz Luciano aliviando Aline e fazendo com que ela caia em lagrimas nos braços de Diogo.
- Mas....- pergunta Magali percebendo que não era esse o motivo de tanto susto de Lu e Paulo.
- Bem. Sabemos como ela sobreviveu os dois meses.
- Como? - Pergunta Magali.
- Ela comeu os restos mortais dos Etes do segundo andar.

terça-feira, 6 de julho de 2010

A menina solitaria

Era uma criança. Uma menina. Seus olhos azuis brilhando apenas pelo brilho da lanterna, mostrava raiva e medo. Seus cabelos longos de tão sujos não dava pra definir a cor. Um cobertor cheio de poeira e mofo era sua roupa. Sua magreza não era tanta pra uma criança que tinha ficado dois meses sem comida. Sua boca suja e seca fazia todos não quererem saber a resposta da outra pergunta.
Aline abraçava a criança com medo e agonia. E a menina passou a confiar nela. A abraçar a nova protetora como uma filha abraça uma mãe. Magali ainda rangia de dor. Paulo, Luciano e Diogo estavam na porta ainda assustados e mirando a arma para a garotinha que mal devia ter cinco anos.
Paulo abaixa a arma e corre para Magali.
- Você está bem Magali.
A mordida foi forte mas não foi de arrancar pedaço. Luciano e Diogo também abaixam as armas. Luciano se aproxima com cautela da menina nos braços de Aline.
- Solta ela Aline.
- Ela não me solta.
Luciano se aproxima do rosto da menina e de Aline. Aline respira fundo. Ele nunca esteve tão próximo dela. Seu hálito e sua respiração podiam ser sentidas. Mas ele queria ver a menina em seu colo e não Aline.
- Olá garotinha? Qual é o seu nome?
Ela esconde o rosto nos cabelos de Aline. Aline fala meio sufocada pelo aperto dos braços da menina.
- Eu sou Aline? E o seu nome?
A menina tira o rostinho dos cabelos de Aline e fala manhosamente e com voz tremendo.
- Abigail. Onde estão meu papai e minha mamãe?
- Está aqui a quanto tempo Abigail? - Pergunta Magali já nem lembrando da mordida no braço.
Ela não responde. Diego é que fala:
- Porque não levamos ela lá para baixo Aline? O Lu, a Magali e o Paulo ficam ai investigando.
Aline com carinho se vira para a menina.
- Ninguém vai te fazer mal viu.
- O bicho papão. - Diz ela tremendo de medo.
- Nos o destruimos. - Diz Diogo, oferecendo a mão a menina para descer do braço de Aline.
Abigail pareceu acreditar e desce do colo de Aline, segurando na mão de Diogo e de Aline também.
Luciano apenas fala para os três:
- Tomem cuidado.
Os três voltam pelo mesmo corredor escuro e descem pelo mesmo buraco. Aline primeiro desce pelo buraco, e vê que Cidinha, sua tia e Sabrina ainda estavam lá na sala de video.E quando a garotinha desce pelos braços de Diogo até os braços da Aline as três soltam um grito de susto. E vendo as três com medo daquela linda garotinha fez Aline se sentir um pouco recompensada. Será que aquela garotinha seria a família dela. E quando Diogo desceu do buraco e colocou a mão em seus ombros, ela olhou para ele. Quem era aquele rapaz alto e forte que sempre esteve ali, mas ela nunca olhou. Aline sorriu para ele, ele retribuiu o sorriso. Será que essa poderia ser a nova família de Aline?
- O que é isso Aline? - Pergunta sua tia isterica.
- É uma garotinha. Fale baixo para não assusta-la.
- O que ouve com os outros? - Pergunta preocupada Cidinha.
- Estão lá em cima! - Diz irritada Aline pela altura da voz das duas.
- O que você vai fazer com ela? - Pergunta Sabrina já com um tom mais baixo.
- Eu vou dar uma banho nela.
- Deixe que eu cuido dela...
- Não! - Diz Aline sorrindo. - Eu cuido.
Aline a leva em seu braço junto de Diogo até o seu quarto. Ela se vira para ele antes de entrar.
- Daqui pode deixar comigo. - Diz Aline rindo.
- Parece que você assumiu mesmo a responsabilidade. - Diz Diogo rindo.
- Preciso de ajuda. Depois do banho você podia me ajudar.
- Sim. Claro. É só ir me chamar.
Aline entra no quarto e a coloca na cama.
- Você vai ficar aqui comigo por enquanto tá?
- E o meu papai e minha mamãe?
- Eu vou ficar com você até eles voltarem. Está bem?
- Tá. - Diz a menina sorrindo pela primeira vez.
- Mas primeiro vamos tomar um banho? - Diz Aline tirando a coberta suja dos ombros dela. E vendo que ela não tomava banho a dias mesmo.
Ela deixa o cobertor no chão mesmo. Sabia que quando saisse do banheiro aquele cobertor velho não estaria mais ali. As duas entram no banheiro. Aline enche a banheira e vê arranhões no braço da menina.
- Tem quanto tempo que você estava ali sozinha?
- Muito tempo. - Diz a pequenininha abaixando a cabeça.
- Como se separou de seus pais?
- Eu estava brincando no parquinho, ai quando abri os olhos estava numa sala branca. Me enfiaram agulh...
- Tá. - Diz Aline não querendo ouvir o resto. Ela puxa a menina para dentro da banheiro e lava o cabelo que surge num loiro claro. A pele branca. A água da banheira chegou a ficar marrom. Quando as duas saíram como sempre não tinha sinal de cobertor nenhum e macacãozinho em cima da cama exatamente do tamanho da menina. Aline coloca a garotinha na cama e veste o macacãozinho. A menininha com carinho fala:
- Me desculpe por morder sua amiga. Pensei que era um dos Etes.
Aline sorri e fala:
- Tudo bem. Ela entende.
Aline continua a vestila com o macacão com um sorriso bobo no rosto quando a Abigail a surpriende novamente.
- Você vai ser minha mamãe agora?
Aline sorri para a menina e fala:


- Pode ser. Mesmo eu sendo muito nova. Mas pode ser.
De repente batidas na porta. Magali entra e se surpreende ao ver a meninha tão bem arrumada.
- Nossa. Essa é aquela mesma garotinha. Está linda.
- É claro. - Diz Aline mostrando para ela a garotinha com orgulho.
- Você está com fome Abigail? - Pergunta Magali se ajoelhando para ver a menina.
- Não muita.
- Não muita?
- Acho que sim. - Ela responde rápido.
- Então o tio Diogo está lá fora para te levar para o refeitório. Onde está cheio de comidas maravilhosas para você.
- Eu vou com você Abigail.- Diz Aline já segurando a mão da menina. Mas brutalmente Magali segura Aline.
- Não. Vai só ela. - Diz Magali seria. Aline estranhando deixa a garotinha ir abrir a porta e fechar. E quando a porta se fecha Aline olha para Magali e percebe algo diferente.
- O foi? O que vocês descobriram?
- Aline. É impossível uma garota de cinco anos estar vivendo sozinha durante dois meses.
- O que você está querendo dizer com isso Magali?
- Aline aquele lugar é puro metal. Não tem nem insetos para ela comer.
Aline não podia acreditar. No que Magali estavam falando.
- Ela era a unica naquele lugar. Naquele andar. E antes de entrarmos na nave vimos crianças como Etes.
- Você está querendo dizer que aquela criança é um... aquele medo que ela tinha nos olhos... aquele jeito de falar.
- Eles nos estudaram muito bem Aline. Nos temos provas disso.
- Ela estava fingindo? Como podem ter certeza? - De repente Aline se lembra que eles tinham levado Abigail. - Para onde vocês a levaram?
Aline sai doida pelo corredor. Vê a pequena garotinha chorando sendo segurada por Luciano e Paulo a levando para a temivel sala de cirurgia.
- Não! - Vendo a garotinha gritando e chorando Aline teve certeza que aquela garotinha era humana. Mas como provar. Ela corre para cima de Luciano e Paulo, mas Diogo a segura. - Não façam nada com ela. Não!
Eles fecham a porta da sala de cirurgia. Aline chorando olha para todos no corredor. E encontra o olhar de Cidinha que tremia de medo.
- Prima! Será que você não entende! É por nossa segurança! - Diz Cidinha sendo segurada pela mãe .
- Segurança? - Grita Aline aos berros. - Vocês só pensa em você! Eu fiz tudo para te ajudar a encontrar seu Lu! E quando você encontra nem olha mais pra mim. Eu não sou mais ninguém pra você! Você é uma egoista! Tudo o que te interessa é que sua vidinha seja perfeita! Igual era lá na terra! Meus pais sempre tetaram melhorar, mas nunca eram bons o bastante para vocês duas! Nunca fomos a altura de vocês! Nunca!

Cidinha chorava. Mas Aline queria soltar tudo. Tudo que sentia por dentro. Mas não podia falar. Não podia falar que o homem que era marido dela era o homem que Aline amava. Não podia dizer que Cidinha fazia ela se sentir uma derrotada.

sábado, 3 de julho de 2010

A sala de video

O brilho da machadinha refletia a luz branca da sala quando Paulo a levantou no ar para dar o primeiro golpe no teto. O barulho foi maior do que pensavam.  Por um segundo todos pensaram que a nave iria explodir. Paulo parou assustado e olhou para todo mundo. Mas Luciano falou serio:
- Pode continuar Paulo.
Paulo deu outro golpe. E outro e mais outro. Até conseguir  um pequeno buraco. Ele para e olha pelo buraco.
- Tá dando pra ver alguma coisa Paulo? - Pergunta Magali inquieta.
- Não. Tá muito escuro.
- Então termina de arrebentar esse troço de uma vez menino! - Diz nervosa Adelaide.
Paulo pega o machadinho e com mais facilidade continua a arrebentar o teto. E quando eles conseguem abrir uma bom tamanho do buraco. Ele larga a machadinha no chão e sobe de uma vez em meio aos gritos.
- Não Paulo!
Mas Paulo já tinha subido. Todos que restaram na sala de baixo olham para cima esperando por alguma resposta. De repente a cabeça de Paulo aparece pelo buraco. Ele com seu sorriso calmo fala:
- Tem alguma lanterna ai?
Aline com rapides pega a que tinha no chão e entrega para ele. Ele segura a lanterna e Aline vai para subir também. Mas Luciano a segura pela cintura forsando ela ficar no chão.
- Ei. Onde pensa que vai?
- Me larga Luciano!
- É perigoso! - Aline olha para Luciano. Ele estava verdadeiramente preocupado com ela. As suas mãos fortes ainda em sua sintura. Seus olhos castanhos serios e decididos. Aline sente seu coração bater novamente por Luciano. Logo Luciano percebe o que estava acontecendo e solta sua mão da sintura de Aline. E abaixando o olhar constrangido fala voltando à ser o chefe.
- As mulheres ficaram aqui.Eu, o Diogo e o Paulo vamos.
- Nada disso! - Diz Magali seria. - Eu e a Aline também achamos isso. Temos o direito de ir.
Luciano esfrega o rosto preocupado e fala nervoso.
- Otimo. Vam. - E sobe pelo buraco.
Aline e Magali vam logo depois seguidas por Diogo que vira para, Adelaide, Cidinha e Sabrina falando:
- Não contem a ninguém.

Aline ao subir, vê apenas as escuridão. Logo seus olhos se acostumam, começando a ver vultos, que ela identificou ser de Paulo e Luciano que a ajudaram a subir. A lanterna iluminava as grades negras que percorriam todo corredor. Paulo na frente ia seguindo com a lanterna e com sua pistola a mão. Luciano preocupado visivelmente com as duas mulheres anda vagarosamente pelo chão também coberto por essa grades.
- Cuidado gente.- Fala Paulo iluminando um encruzilhada. Três caminhos a seguir. Ele escolhe a esquerda que era aonde os fios da televisão seguia.  O corredor era parecido com os do primeiro andar. A diferença era apenas que tudo estava escuro e abandonado. E as portas eram negras.
O silencio era enorme.  Os fios iam dar numa porta. Entrava por uma janela em cima da porta. Era ali. Ali que eles deveriam entrar.
Paulo com cuidado abre a porta. Ele olha pela pequena passagem que tem ali. Parecia ser exatamente outra sala de videos. Ele abre a porta, mostrando varias outras televisões. Uma poltrona virada para as televisões. E videos cassetes. Era aquilo que Magali queria. E ao velos ela sem noção corre até eles.
- São os videos! - De repente algo salta da cadeira e pula em seu braço. Ela grita de dor. Paulo vai para atirar no que quer que fosse o que estava mordendo Magali. Mas Aline empurra o braço de Paulo fazendo o tiro sair na parede.
- Não  Paulo! - Aline vai até Magali, e segura com força o que estava-a  mordendo. E segura contra a luz da lanterna. Era uma criança.

terça-feira, 29 de junho de 2010

A descoberta do segundo andar.

Aline e Paulo corriam pelo grande corredor da nave. Mais uma vez. Mas Aline sabia que Paulo dessa vez não daria a mesma burrice que antes. Não iria falar com Luciano. Magali era alguém melhor para entender o que aquele controle significaria. Ele para diante do escritorio e não entra. E vira-se para Aline com seus olhos castanhos firmes.
- Não quero contar para Lu. Ele parece não querer entender...
- Ele não quer estragar o que tem aqui. - Diz Aline o corrigindo e defendendo Lu. Mas ela logo percebe que isso magoou Paulo. E resolve seu lado olhando firme no olho de Paulo e falando. - Mas o Luciano não se importa com as pessoas que perderam tudo e não tem mais nada aqui. Ele só vê a esposinha dele e o filho que está para nascer. Não está nem ai. Se ele morrer agora. Ele morria feliz. Eu não.
Paulo meio acanhado com raiva ixagerada que Aline demonstrou segura firme em sua mão. Deveria mesmo abrir aquela porta e contar para Magali a forma que tinham de sair daquela nave. Aquela nave protetora. Aquela nave, que se ficassem ali, poderiam viver bem, pelo menos o pouco tempo que tinham.
Enquanto Paulo pensa Aline abre a porta. Magali se vira assustada. Estava com seu caderninho anotando algo. E solta o lapiz com o susto.
- Meu Deus Aline. Vocês me assustaram.
Paulo e Aline entram. Paulo ainda se demonstra apreensivo. Magali percebe algo no olhar do casal.
- O que foi?
- Encontramos algo. - Diz Aline seria.
- O que? - Pergunta Magali largando o caderninho e as folhas. Sabia que se Aline a tivesse atrapalhado seus estudos era algo muito importante.
Aline pega o controle da mão de Paulo que ele escondia de trás de suas costas e mostra para Magali.
- O que é isso? - Pergunta ela segurando o controle e vendo apenas um grande botão. Uma bola achatada em cima e em baixo.
- Não fale para o Lu. - Diz Paulo euforico.
- O Paulo encontrou uma sala onde os Etes espionavam agente, quando estavamos presos. E achamos esse controle dentro da televisão. E quando apertamos. Você, a Sabrina e o Luciano passaram a conversar com a linguagem dos Etes. - Aline parecia não parar de falar.
- Espera Aline. Mas o que temos aqui não são videos. E sim coisas escritas.
Paulo se aproxima intertido.
- Mas se estiveram nos vigiando. Devem ter gravado algo. E se gravaram algo, deve ter pegado eles próprios  conversando.
Magali com seus olhos claros e firmes apenas fala seria:
- Me mostre aonde fica essa sala.
Os três vam correndo até a sala de video. Ela ao ver as varias televisões olha asssustada. Aline e Paulo veêm seu deslumbramento como se Magali fosse uma propria cena da televisão. Até que Aline pega o controle com varios botões e aperta alguns deles apenas uma vez cada. Mostrando o planeta Terra.
- Mas essa não é a nave. - Diz ela assustada vendo o deserto.
- Esse é o planeta Terra Magali. É assim que ele está.
- Quer dizer que estou batalhando a dois meses para voltar a um deserto? - diz Magali deixando lagrimas cairem de seus olhos.
- Não Magali. - Diz Aline segurando Magali pelo ombro. - Temos mais esperança lá. Podemos sobreviver ali. Os seres humanos já sobreviveram a muitas temperaturas diferentes. Temos muito mais chances na Terra do que aqui sem comida.
Magali olha mais uma vez para a Terra vazia e noturna. Ela limpa as lagrimas e se desvencilhando de Aline fala:
- Cadê as cameras com as naves.
Aline aperta mais uma vez um botão. E mostra um quarto branco. Era Diogo, que olhava Sabrina cozinhar e brincava com ela.
- Você cozinha tão bem. Daria uma boa dona de casa... - A própria Magali aperta o unico botão  do outro controle. E eles começam a falar na linguagem dos Etes. Magali solta um grito de emoção. Era verdade. Tinha alguma forma de traduzir aquela linguagem tão complicada. Não era nem tanto por sair daquela nave. Mas sim por ter um trabalho de tanto tempo tão facilitado. Uma luz no fim do tuneo. Um tuneo profundo e negro.
Logo ela pula arranca mais uma televisão da parede e vê um fiu entrando pela parede. Ela puxa o fiu arrancando o papel de parede branco vendo que o fiu da televisão ia dar no teto.
- Tem um segundo andar! - Grita ela.
Aquilo era de apavorar. Por mais que Paulo com seu grupo andassem, nunca conseguiram encontrar o fim do primeiro andar daquela nave imensa. Agora tinha um segundo andar. Magali se vira para Paulo.
- Me desculpe Paulo. Mas temos de chamar o Lu. Temos que ir até o segundo andar.
Paulo não tinha como negar. Saber que um segundo andar cheio de coisas novas era algo mais forte do que uma rixa contra Lu. Dando partida em mais uma corrida Paulo corre pelo corredor novamente seguido por Magali e Aline.
Eles entram novamente no quarto de Cidinha. Ela se levanta da cama de repente.
- O que ouve agora? - Pergunta ela vendo a brancura do rosto dos três.
- Cadê o Luciano Cidinha? - Pergunta Aline reculperando o ar.
- Não sei. Porque? - Pergunta ela apavorada. Adelaide sai do banheiro as pressas ouvindo a conversa.
- O que está havendo?
- Tem um segundo andar. - Fala Paulo limpando o suor do rosto.
Os cinco correm até o refeitorio aonde Diogo, Sabrina e Luciano estavam. Ao ver os cinco Luciano já desconfia.
- Lu. Você precisa vir com agente. - Fala Magali branca.
Os três se juntam ao grupo e os oito correm em direção a sala de videos.
- Eu falei pra vocês não entrarem mais ai. - Diz Luciano nervoso.
- Dá pra você calar a boca e nos ouvir! - Diz Magali se mostrando mais nervosa ainda mostrando a televisão arrebentando. Todos olham para o fio arrebentado subindo para cima.
- Pode estar saindo para fora da nave. - Diz Adelaide apavorada abraçando a filha e sua barriga enorme.
- Não. Não pode. - Diz Paulo irritado.
- Eu falei pra vocês não entrarem mais nessa sala! - Grita nervoso Luciano.
- Não enteressa! - Grita mais alto Aline fazendo todos se calarem. - Tem mais um andar nessa nave! Tanto lá pode estar nossa salvação como nossa maldição. Pode estar lá os Etes que nos observam...
- Para Aline! - Grita Cidinha apavorada.
- Você pode até querer ficar aqui Cidinha. Com sua vidinha de faz de conta. Eu não quero! Eu não vou! Eu prefiro arriscar! Sobreviver! Uma hora a comida vai acabar e seu lindo conto de fadas vai se transformar num terrivel filme de terror. Você quer ver isso? - Diz Aline furiosa e corajosa. - Vocês querem ver isso? Eu vou subir lá em cima. Quem vai comigo?
Aline depois de seu discurso um pouco maldoso olha para todos pegando folego.
- Como vamos subir lá em cima? - Pergunta Sabrina mostrando mais corajosa do que varios daquela sala.
Paulo aparece em meio a todos com uma machadinha. Iria abrir caminho.