Numa montanha verdejante muito muito longe. Existia uma cabana, com delicada decoração e muito bem cuidada. Feita de madeira, de fora parecia existir apenas um cómodo. Mas lá morava uma família. Uma linda menina de cabelos loiros com um lindo macacãozinho feito a mão sai sorrindente da cabana. Um lindo casal sai da cabana também. A mulher era baixa com cabelos indo até os ombros e sua barriga crescia uma outra criança. Ela era acariciada pelo homem. Ele era alto, ombros largos, cabelos loiros, e cabelos loiros. Aquele casal era Aline e Diogo, e a menina que dava estrelinhas na grama verde era Abigail. Tudo isso era muito claro e perfeito. Mas era apenas um sonho. E Aline abre os olhos assustada.
Ela tinha ouvido algo. Ela olha em volta. Estava de volta a nave. Tinha acordado para o pesadelo. Aline olha para o lado Diogo estava deitado ao seu lado. Ela respira fundo. Nem tudo era tão mal assim. Até que ela ouve de novo. Mais um grito. Um grito de quem? Aline se levanta e veste suas roupas rapidamente. Diogo abre os olhos e fala:
- O que ouve?
- Alguém está gritando.
De novo o grito. Dessa vez ela reconhece a voz. Era de Paulo. Aline sai do quarto e vê Paulo chorando em desespero olhando para o quarto de Magali. Aline apavorada corre até Paulo. Algo tinha acontecido com Abigail. O meu Deus, algo tinha acontecido com Abigail. Chegando lá, Aline respira fundo e olha para o que estava desesperando tanto Paulo. O branco da sala tinha desaparecido, no lugar o vermelho reinava, o vermelho do sangue. Sangue de quem? Em meio ao quarto totalmente cheio de sangue ela vê Magali. Aline cai em lágrimas, mas percebe que o ser que antes era sua amiga Magali, ainda respirava. E esticava sua mão, chamando Aline. Ela chorando e berrando de medo Aline se aproxima.
- Magali... não... magali!!!
Magali tinha apenas seus grandes olhos azuis claros sem sangue, seu rosto e o resto de seu corpo estavam totalmente vermelhos. Ela com esforço falava alguma coisa. Aline abaixa até a amiga sem nojo, e segurando sua mão que estava fechada em algo ouve o que ela com dificuldade falava.
- Abiga...abigail não é.... ela não é....
Aline sabia o que sua amiga estava tentando falar. E tinha que aceitar. As lágrimas de dor decia mais doida.
- Humana.... Ela disse que.... que.... que as gravações estão dentro do seu pai...
- Dentro do meu pai? - Pergunta Aline em lágrimas.
- Sim...
- Mas meu pai morreu Aline. Do que está falando?
Já era tarde Magali tinha morrido e deixado cair de suas mãos o controle de apenas um botão. Aline em lágrimas olha para trás todas as pessoas olhando para ela. Mas de todas as pessoas ela só via uma. Cidinha a olhando com olhar de acusação.
- Você colocou ela aqui dentro! Você nos matou Aline! Você conseguiu o que queria! - Dizia ela em lágrimas. Em quanto a mãe tentava acalma-la. - Destruiu a felicidades de quem conseguiu ter alguma aqui.
Aline chorava em meio a sala vermelho. Mas não tinha tempo de chorar. Ela tinha que levantar e enfrentar seus problemas. Dentro de seu pai? O corpo de seu pai continuava na nave. Não tinham como se livrar dos corpos, ou enterrar. Então Luciano colocou em um dos dois grandes refrigeradores que tinham na nave. Aline apressada corre até a cozinha, e abre o refrigerador. Ela era seguida por Luciano, Diogo e Sabrina.
- O que você vai fazer Aline? - Pergunta Luciano.
Aline sem responder abre o refrigerador. A fumaça fria vai em seu rosto e atravessa a cozinha. Numa mesa de metal o corpo de seu pai mantinha-se congelado até chegarem a terra e ser enterrado decentemente. Aline se aproxima do corpo. Por um segundo veio a sua mente o pai bondoso e compreensivo que tinha conhecido. Que a defendia das esquisitices de sua mãe e que lutava para se comparar a sua tia. Mas ao olhar direito ao rosto percebeu que tinha algo de estranho naquele rosto. Algo a mais. Sua testa estava maior que o normal. Aline respira fundo corre até a cozinha atravessando Luciano e Diogo que a olhavam com agonia. Ela abre a gaveta e pega uma faca.
- Pare Aline. Não fassa isso. - Fala Luciano autoritário.
Diogo se aproxima e fala:
- Você quer que eu fassa isso para você?
Aline olha para Diogo tremendo de frio.
- Eu tenho que fazer isso Diogo. É meu pai.
Aline pega a faca e com cuidado enfia a faca na testa de seu pai. E abre até o nariz. Ela larga a faca na mesa e com as duas mãos, abre a cabeça por inteiro. E embrulhado numa sacola plástica, tinha um fita de video. Diogo e Luciano olham assustado para a cena macabra. Aline pega a fita e ia começando a correr de novo, quando Luciano a segura pelo braço.
- Aline. Você pode parar por um segundo. Você percebe que foi sua filha fez aquilo!
Aline estava assustada e com olhos cheios de lágrimas. Mas nem uma lágrima iria mais cair. Aline com rapidez agarra a arma no bolso de Luciano e se afasta antes dizendo e começando a correr:
- Então vou precisar disso.
Luciano corre atrás dela pelo corredor. Mas antes que ele pudesse falar qualquer coisa ela já tinha entrado na sala de televisão e passado pelo buraco no teto.
Aline sai do buraco na sala escura e sombria. Tinha esquecido a lanterna. Não precisava dela. Daria conta. Tinha que dar conta. Com o controle remoto em uma mão e a pistola na outra ela caminha apalpando as paredes. Cada passo era medido e andava arrastando os pés. Qualquer obstáculo pelo caminho poderia ser fatal. Aline sai da sala e entra pelo corredor. Tudo escuro e sombria, um tipo de poeira existia no lugar. Aline tremia e tentava recuperar o ar que estava faltando em seu pulmão graças ao seu medo. Em sua mente, decorado, ela lembrava que logo chegaria a hora de virar a direita. Um barulho ao longe. Aline com a voz mais tremida do que queria grita alto:
- Abigail? Querida?
O barulho começa a chegar mais perto. E mais perto. Aline deixa o medo de cair para trás e acelera os passos. Apenas o barulho do que quer que seja chegando mais perto e sua respiração ofegante. Aline começa a correr e de repente bate contra a parede. Fazendo ela cair no chão. Ela ainda no chão olha para o lado e percebe em meio a escuridão o brilho do vidro da televisão. E corre e entra na sala de vídeo e fecha a porta. Aline fecha os olhos e respira fundo. Tinha que continuar. Não podia parar por medo. Ela abre os olhos. Tentava enxergar alguma coisa na sala. Ela caminha reto onde achava ter visto o brilho da televisão. Bate a mão em algo. Era um vidro. Ela apalpa mais e percebe ser a televisão. Ela apalpa a televisão até achar o botão de ligar. Quando liga vê a imagem do quarto de Magali em sangue puro. Mas em meio ao sangue, no reflexo do vidro vê com terror, atrás de si, a imagem de ninguém menos que Abigail.
Aline se vira ofegante para a linda garotinha que agora despertava o maior medo que Aline já sentiu. Aqueles olhos grandes azuis. Aquele sorriso fino e meigo, não representava a mesma coisa. Não era mais um sorriso normal. Ela não estava com medo ou feliz por ver sua mãe. Estava feliz porque agora Aline estava em suas mãos.
Aline com a voz tremula fala:
- Você fez aquilo a Magali?
- Sim mamãe. - Diz a menina sem tirar o sorriso no rosto.
Aline iluminada apenas pela luz da sala avermelhada se desespera num choro sentido.
- Porque? Porque fez isso a minha amiga? Como fez isso?
- Eu não sou humana mamãe.
- Eu não sou sua mãe!!!! - Grita Aline desesperada e fora de si.
- Está bem. Desculpe. - Diz a menina fechando o sorriso e olhando firme para Aline. - Foi você que pediu.
- Eu pedi para minha filha Abigail me chamar de filha. Não você.
- Eu sou Abigail. A menina que você achou aqui mesmo, neste lugar. Não me confunda com um roupa velha como seu pai. Eu sou nasci assim humana. Fui criada assim.
- Quem são vocês? O que querem? - Fala Aline cada vez mais inojada.
- O que vocês querem? - Refaz a pergunta a menina mostrando ter muita inteligencia e falando não com a linguagem infantil de antes.
- Eu quero voltar para o meu planeta. Eu quero minha vida de volta.
- É o que queremos também. Queremos nossas vidas de volta. Veja quem somos.
Aline apavorada segue o olhar da menina que ia em suas mãos, na fita de vídeo. Aline sem pensar duas vezes coloca a fita de vídeo no vídeo cassete. E aperta o botão do play. Demora muito para a cena aparecer definida. Aline já vai para apertar o botão quando a mãozinha da menina segura o controle.
- Não precisa agora.
Aline olha para a televisão. E o rosto de um homem aparece. Ele estava de jaleco e usava óculos. De fundo apenas um quarto branco. Ele olhava firme para a camera e fala:
- Bom dia. Eu sou o professor Randal Sureal. Esse será meu diário virtual para relatar minhas pesquisas sobre a adaptação dos seres humanos nos espaço. Descobrimos que com o DNA alterado para acordamos as células que não estam funcionando poderemos ter mais chances de sobreviver em gravidade zero e até mesmo sem ar.
A fita se apaga. E logo aparece o cientistas de novo. Um pouco mais velho, e com uma aparecia bem mais abalada ele parecia estar apavorado.
- Os experimentos deram totalmente errado. Libertamos doenças que nunca poderiam ser acordada. Os seres humanos estão tendo mutações. O que nos resta fazer e liberar os poucos pacientes que deram certo para poderem fazer pesquisas no espaço.
A fita se apaga novamente. E dessa vez aparece um outro homem. Esse homem não parecia ser humano. Seus olhos eram mais abertos. Sua face mais larga, e sua pele parecia muito mais sensível do que o normal. Mas ele estranhamente familiar.
Ele começa a falar mas está na língua dos Etes. Aline olha para Abigail que com um sorriso acena com a cabeça para ela apertar o botão. Ao apertar o homem fala:
- Sete de abril de dois mil e treze.
Aline olha apavorada para Abigail.
- Mas isso está errado Abigail. Estamos em dois mil e dose.
- Não está errado Aline. Olhe.
O homem fala:
- Diario de bordo. Eu sou o professor Luciano Sulivam.
Aline larga o controle no chão apavorada.
- Meu Deus Abigai! O que é isso?
Era mesmo Luciano. Só que com os olhos maiores e sua face mais larga e a pele bem mais branca. Ele continua a falar.
- Estamos no espaço um ano. Estamos fazendo pesquisas sobre Universos Paralelos. Já descobrimos dois universos com planetas idênticos a terra. Podera haver vida lá.
O vídeo para. Aline apavorada vira-se para Abigail.
- Esse era Luciano. Não era Abigail. Me diga.
Não dá tempo dela explicar. O vídeo volta com Luciano mais abalado e falando.
-Diario de bordo. Doze de Agosto de dois mil e treze. Fizemos contato com o planeta que eu dizia ser parecido com o planeta terra. Ele não só parece, como é. Só que é um planeta cem anos no passado. Todos nem sabem que ira ter doenças incuráveis. Descobrimos a maquina do tempo. Temos que fazer algo para parar tudo isso. Eles não podem mexer no DNA humano.
O vídeo para novamente. E reaparece:
- Estamos muito diferentes deles. Mas vamos voltar a parecer com eles. Para isso deveremos sacrificar algumas vidas. Para o bem do planeta. Se não der certo nesse planeta. Ainda tem vários outros universos e tentativas de fazer o mundo ficar melhor.
O vídeo para. Dessa vez não ia ter mais. Aline virasse para Abigail. Mais calma. Tentava digerir tudo que tinha ouvido. A menina olhava para ela seria.
- Vocês não conseguiram dar jeito na humanidade. Não é?
- Não conseguimos. Mas ainda deu tempo de salvar o planeta terra. Ele ainda está lá. Ainda pode ter vida.
- Vocês exterminaram o que estava acabando com o planeta.
- Infelizmente somos o mal do planeta Terra Aline. Somos a praga que o destroi.
Aline olha para a televisão. Paulo no chão ainda chorava por Magali.
- O que vai acontecer agora? Vamos morrer todos? De fome? Era o melhor que poderíamos fazer.
- Não Aline. Deixamos vocês vivos. Deixamos você. Refaça o planeta terra. Vivendo apenas da natureza. Não deixe o mundo voltar a ser como antes. Não deixe cientistas nascerem. Eles são os mau da humanidade. O resto dos vídeos estão na sala ao lado dessa. Lá está ensinando como vão poder voltar para o planeta Terra. E reconstruir os seres humanos.
Abigail sai na escuridão. Aline grita por ela.
- Aonde você vai.
- Eu não sou humana Aline. Meu tempo de vida é menor do que os outros. E acho que seus amigos não vão querer me ver depois do que fiz com a cientista.
Ela desaparece na escuridão. Deixando Aline sozinha. Tudo tinha sido para proteger aquele lindo planeta azul. Aquele lindo planeta azul que graças a eles estavam se tornando num deserto. E agora ela poderia poder voltar e acabar com resto daquele planeta. Ela tinha certeza que se os seres humanos sobreviverem eles iriam destruir o resto do planeta. Ela em lágrimas aperta o botão do video para a fita sair. Ela pega fita. E com brutalidade a taca no chão. Em lágrimas Aline pisoteia a fita. Ela pega a arma e atira contra a televisão. E com a arma empurra o video ao chão e o destroça.
Não iriam voltar para Terra. Não iria deixar a praga continuar a existir. O Planeta Terra iria ser salvo. Aline desce do buraco e com lágrima nos olhos veêm todos a esperando na sala da televisão. Ela fala triste:
- Não tinha nada no video. Abigail apareceu e destruiu tudo. O video, a televisão. Não tem mais como sair daqui. Não tem como voltarmos para o planeta Terra.
Cidinha aparece em meio a multidão e chorando abraça a prima.
- Nos entendemos prima. Nos entendemos.
Diogo abraça a Aline. E todos saem do quarto de televisão. Paulo tranca o quarto da televisão para sempre. Aline nem tinha percebido que todas as televisões do quarto da televisão estava sintonizado num só canal. Filmando uma sala escura com uma televisão, um vídeo estragados.